Brasília se ergueu e se ergue dessa vontade singular do imaginário brasileiro: ousar ser! Bené Fonteles

De início, Brasília ficou conhecida pelo ousado plano de, simplesmente, querer existir. Depois, o mundo a conheceu como a cidade-monumento, impactado pelas provocativas obras arquitetônicas aqui erguidas. Agora, Brasília vai revelando uma outra invenção: a utopia de uma civilização que se identifica na sua diversidade.

Em meio a um contexto internacional em que a cidadania global emerge como condição primordial do século XXI, Brasília mostra para o mundo a possibilidade de acrescentar ainda mais ousadia à humanidade: viver e saborear a unidade na diversidade, no desafiante e ininterrupto exercício de se reconhecer como o Todo, ao invés de se limitar como apenas uma das partes.

Brasília se permite ser plural, sem deixar de ser autêntica, mantendo-se constantemente aberta em busca de sua própria e comum essência. Sendo obra da natureza inventiva da mente humana, dispõe-se, ao mesmo tempo, como matéria-prima de questionamento e de transformação da realidade.

Incessantemente inquieta, perene é a sua presença. Com irreverência, revela o profundo no sutil. Na fugaz eternidade da Vida, vive em permanente mudança. Em sua eterna busca de ser mais, mantém-se simples e concreta. Brasília encanta e transmuta como o fogo e sua labareda. E na riqueza de sua diversidade, sua gente candango-brasiliense mergulha, identifica-se e se reinventa.