Nascido em Taguatinga Norte, Paulo de Paula é escultor e fundador da Escola de Escultura Paulo de Paula, um espaço cultural onde são ministrados cursos de cerâmica, escultura, modelagem em argila ou plastilina (clay), torno e moldes. Os cursos possibilitam aos alunos o desenvolvimento de projetos, através de metodologias simplificadas, afirmando o processo criativo como ferramenta essencial para a produção artística.
Para Paulo, a escultura tem um poder simbólico: o poder da transformação da matéria pelas mãos, e do ser humano de poder sempre se refazer. Paulo estudou com José Nicodemos, o professor de cerâmica do Museu Vivo da Memória Candanga. “Eu tinha um interesse muito grande por modelagem e escultura. Tentei fabricar meu próprio torno. Fiz vários, no erro e no acerto. Queria saber de onde vinha essa argila, que manobras eu poderia fazer nela”, conta.
Recentemente trabalhou uma série de obras apelidada de Os Guardiões. “Eles têm os olhos fechados, como se estivessem em contemplação, em serenidade. Ao mesmo tempo em que estão em situação serena, a qualquer momento podem despertar e, se necessário, te proteger”, explica o artista, contando que fazem referência aos peões de obra da construção de Brasília. Paulo defende que eles mereciam um nome de peso, uma homenagem, pois foram eles que erraram e acertaram até construir a cidade. No lema de Paulo, concreto – material mais importante nos monumentos de Brasília – também é cerâmica.