Antônio Obá

Antônio Obá (Ceilândia, DF, 1983) é artista visual, arte-educador e professor. Seu trabalho propõe uma reflexão sobre as situações históricas ligadas ao preconceito e à identidade dos corpos miscigenados e negros. Com narrativas expostas por esses corpos, o artista reconfigura tradições ainda marginalizadas no universo religioso brasileiro.

Sua arte possui um caráter de ritualização e nela se percebe uma crítica aguda ao processo de colonização que se iniciou no século 16, mas cujas consequências ainda são muito claras. Obá investiga a condição do ser humano no mundo contemporâneo, por meio de desenhos, pinturas, objetos, fotografias, gravuras, intervenções, instalações, vídeos e performances, a partir da manipulação com e sem controle dessas diversas linguagens. Obá participa tanto de exposições coletivas como realiza as suas individuais.

“A obra de Antônio Obá nos empresta aquele empurrãozinho capaz de nos fazer cair e, enquanto caímos, cria-se a experiência. A queda aponta para um convite à vertigem, a uma alteração radical de estado, à exploração de uma ferida aberta que nos leva ao cerne de algumas das nossas dores mais profundas e comuns. Existe, em sua obra, a noção de uma ordem natural imposta, contra a qual é necessário se insurgir”, define o artista plástico Carlos Silva.

Graduado em Artes Visuais em 2010, pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, Obá trabalha na área de arte-educação há mais de dez anos e, desde 2012, é professor da Secretaria de Educação do DF. Foi artista-membro do Centro Cultural Elefante, que promove a experimentação poético-artística e fomenta projetos relacionados à prática e à reflexão por meio de residências, oficinas, exposições, cursos etc.

”Tenho uma inclinação para rituais e a relação que esses estabelecem com o corpo, enquanto representação e transfiguração do mesmo. E sua relação quase erótica com isso também. Envolvem muitas questões de interdição e perversão que, a meu ver, colocam-se em antíteses, valores díspares dialogando em um mesmo espaço, em um mesmo corpo”, conta o artista.

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