O poeta e diplomata mineiro Francisco Alvim começou a escrever poemas ainda na adolescência, por influência da irmã – a também poeta Maria Ângela Alvim. Em 1968 publicou seu primeiro livro, Sol dos cegos, em edição artesanal. Em 1981, a editora Brasiliense reuniu seu trabalho na antologia Passatempo e outros poemas, que recebeu o Prêmio Jabuti.
Francisco Alvim fez parte da chamada “geração marginal da década de setenta”, por meio da coleção carioca de poesia Frenesi (1974), formada por cinco poetas: além dele, Cacaso, Chacal, Geraldo Carneiro e Roberto Schwarz.
Em seu trabalho, Alvim denuncia as relações de poder e a desigualdade que configuram a sociedade brasileira. Sua linguagem poética passa pelo sombrio e irônico da natureza humana, e pelo ridículo do dia a dia. “Francisco Alvim é mais oswaldiano do que o próprio Oswald de Andrade. Coloquial, radical, desconcertante… Humor e nonsense…”, define o poeta Antonio Miranda. Por isso, apesar da aparente trivialidade de sua estética, Alvim é revolucionário.