Radicado em Brazlândia (DF), o artista Francisco Galeno (Parnaíba, PI, 1957) é conhecido em todo o país por seus trabalhos, que são como uma festa popular diante dos olhos. Nascido em família de artesões, o artista pinta e frequenta exposições desde cedo. “Percebi que para encontrar um caminho próprio eu tinha que olhar para dentro de mim, eu tinha que recuperar a minha infância às margens do Rio Parnaíba. Então, comecei a trabalhar com os carretéis que minha mãe usava, com os anzóis do meu pai, com os carrinhos de lata de sardinha que a gente fazia”, conta.
Seu trabalho faz relação com a tradição da arte construtivista brasileira de Alfredo Volpi e Rubem Valentim, que se vale de formas geométricas, de síntese e de abstração. Repletas de com cores e formas, as pinturas de Galeno têm alegria e desejo de felicidade do povo, “o lado bom do Brasil”, como ele mesmo define.
Mas Galeno não se limita à pintura: faz também instalações, esculturas e até roupas. No momento, Galeno trabalha em um projeto para homenagear os loucos de estrada – o Loucos de BR -, inspirado no artista Arthur Bispo do Rosário, descoberto em um manicômio do Rio de Janeiro. Para Galeno, os loucos que ocupam as estradas são verdadeiros artistas, pois são curadores de objetos que reutilizam e usam para se enfeitar.
Galeno já participou de dezenas de exposições, individuais e coletivas, em vários estados brasileiros e fora do país. Apesar de ser reconhecido nacionalmente, ele faz questão de continuar morando em Brazlândia, onde reside desde 1975, e de trabalhar a cidade em sua produção. “Não adianta morar em Brazlândia e falar sobre Paris. Cresci tomando banho de cachoeira, descobrindo lugares escondidos”. Galeno possui um ateliê em sua casa, onde é possível encontrar referências da infância, fotos, livros e muita tinta.