Ator desde a infância, o mineiro João Antônio de Lima Esteves chegou em Brasília em 1971, trazendo consigo uma bagagem de referências modernistas. Acompanhou o efervescente movimento teatral de São Paulo e, ao chegar na nova capital, conseguiu um emprego na Fundação Cultural (o que seria hoje a Secretaria de Cultura), onde atuou até 1981. Continuou com os palcos paralelamente e chegou a dirigir e produzir peças com Ary Pára-Raios, no grupo Esquadrão da Vida.
João é figura muito importante na estruturação e amadurecimento do teatro profissional. Foi ator, diretor e professor emérito aposentado da UnB e, atualmente, integra o Grupo Cena. É também crítico, jurado e curador, e segue atuando e exercendo direção e codireção de peças teatrais.
Ao contar sobre os momentos de altos e baixos na cena teatral do DF, João menciona o tempo perdido durante a ditadura militar: “quando conseguimos começar a produzir mais e melhor, eu já era um ator idoso e, raramente, esse tipo de personagem recebe o papel de protagonista. Felizmente, acabei de fazer o curta Rosinha, sobre a história amorosa de três velhinhos. A visão do idoso no cinema é respeitada e não costuma levar a grandes polêmicas, a não ser quando estamos nus”.