O escritor Jorge Amâncio nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, num universo de paradoxos, entre música, poesia e autoritarismo militar. Chegou em Brasília aos 23 anos, em 1976, para ser controlador de voo. Na capital, viu abrirem-se possibilidades infinitas de poesia: assistiu aos concertos Cabeça, ao nascer da Geração Mimeógrafo de Brasília, ao Cineclube Gavião, no Cruzeiro, à Hora do Arroto, na UnB…
Amâncio conta que, naquela época, a cidade fervia em poesia. Brasília lhe proporcionou contato com poetas de várias gerações, e, quando percebeu, a poesia já era parte dele. Não à toa, tem um livro de poemas todo dedicado à boemia brasiliense da década de 1980 – Batom d’amor e morte, lançado em 2017.
Adepto da literatura engajada, começou a ver suas poesias publicadas no início dos anos 1980, no jornal Raça, do Movimento Negro Unificado. Hoje, além de sua atuação como escritor, ele é o responsável, junto do escritor Marcos Freitas, pela organização do evento Poemação, que ocorre desde meados de 2009.