Foi na Universidade Federal da Bahia que o paraibano Vladimir Carvalho conheceu Glauber Rocha e passou a integrar o Cinema Novo. Em 1969, foi convidado pela UnB para participar da produção de documentários sobre a instalação da capital no centro-oeste do país. Acabou se estabelecendo na cidade.
Em Brasília, fundou a seção do Distrito Federal da Associação Brasileira de Documentaristas e entrou em embate contra o regime militar quando a censura retirou um filme seu da programação do Festival de Cinema de Brasília. Ainda na capital, Vladimir criou a Fundação Cinememória, de preservação cinematográfica. Considerado um grande pensador, o cineasta foi declarado Embaixador Cultural da cidade, pelo Governo do Distrito Federal.
Ao falar sobre a memória de Brasília, Vladimir cita a Vila Planalto como exemplo de local descaracterizado de seus “transplantes naturais”. Lá, ele encontra a cultura popular dos candangos – o samba, o frevo, o futebol. Segundo Vladimir, o Plano Piloto é convencionalmente chamado de avião, por conta de intenções políticas de apagamento de culturas regionais. Para ele, as construções foram apagando a memória de luta por uma cidade sonhada. Sua produção está diretamente associada à recuperação da nossa memória imaterial.