Nelson Maravalhas (Rio de Janeiro, 1956) é pintor, cenógrafo, figurinista, ilustrador e professor. Em 1978, fundou o Grupo Ex Cultura de Interferência Urbana e, três anos depois, licenciou-se em educação artística pela Universidade de Brasília. Entre 1980 e 1986, lecionou na Escolinha de Arte da UnB, na Fundação Educacional do Distrito Federal, no Mundalein College Hispanic Alliance (Chicago) e na School of the Art Institute of Chicago – onde fez mestrado em Fine Arts/Painting and Drawing. Em 1987, tornou-se professor assistente da UnB.
Como inspiração, o artista inicialmente associava a commedia dell´arte e o carnaval brasileiro, mas acabou por se deparar com um universo menos lúdico. Sua obra A Mecânica dos animais dramáticos traça um paralelo entre a condição humana e o inferno de Dante, associando a condição humana a um mundo sombrio. Maravalhas não quis saber de céu e purgatório porque, para o artista, a Terra é somente inferno. Um dos grupos escultóricos da exposição, intitulado Homem mesa e homem cadeira, ilustra essa visão pessimista que o artista tem do mundo. “Eles representam a submissão de um homem ao outro, que é o inferno da dominação. Os pescoços, inclusive, estão interligados. O dominador e o dominado compõem um sistema único, só existe um se houver o outro”, explica Maravalhas, que já realizou mais de 13 exposições individuais.
Para a professora Grace Maria Machado, Maravalhas recorre a um bestiário dentro do princípio de contradição, do uso da dúvida, da citação paradoxal, para expressar sua percepção da realidade. “São modos de afirmação poética, desvendando um mundo possível, que, para ele, é objeto de deslocamentos, descentralizações e recomposições, de acordo com os seus diferentes ângulos de sensação“, afirma a especialista. Nenhum elemento em suas obras está lá por acaso: tudo traz uma ideia diferente, um quê de sarcasmo entre a questão e a inquietação.
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