No período da ditadura militar, a censura levou intelectuais, professores universitários, poetas e artistas em geral a buscarem meios alternativos de difusão cultural. Uma das saídas encontradas foi o mimeógrafo, instrumento utilizado para fazer cópias de papel escrito em grande escala e com baixo custo. Daí o surgimento da Geração Mimeógrafo, fenômeno sociocultural da década de 1970.
Embora tenha se expressado também na música, no cinema e nas artes cênicas, o movimento recebeu o nome “Mimeógrafo”, o que ilustra a irreverência do próprio suporte, que era, por si só, um símbolo de resistência. Seus integrantes eram artistas marginais e politizados.
A poesia, à margem das publicações editoriais, foi a linguagem mais desenvolvida pelos artistas da Geração Mimeógrafo. Em Brasília, o movimento teve como representantes os poetas Nicolas Behr, Sóter, Luis Turiba, Vicente Sá, Luiz Martins e Noélia Ribeiro. Seus versos traziam sensibilidades e diferentes relações com o espaço e a cidade, e foram essenciais para a formação da identidade cultural da capital.