Athos Bulcão (Rio de Janeiro, 1918 – Brasília, 2008) foi um renomado artista plástico. Teve uma infância imaginativa – desde pequeno já desenhava e frequentava teatros. Depois de reconhecido, Athos confessou não acreditar em inspiração – mas em talento e trabalho. Para ele, o artista tem que saber o que quer fazer. Por isso, seu processo era sempre planejado.
Em 1945, Athos conheceu o artista plástico Candido Portinari, de quem foi assistente. Foi apenas dez anos depois que Bulcão iniciou parceria com Oscar Niemeyer. Mudou-se para Brasília em 1958, antes da inauguração da cidade. Responsável pelos azulejos de andorinhas da Igrejinha, pelo painel de fundo do Salão Verde da Câmara dos Deputados, pelos relevos do Teatro Nacional e pelas treliças coloridas do Itamaraty, Athos construiu uma relação intensa com Brasília. “Artista eu era. Pioneiro eu fiz-me. Devo a Brasília esse sofrido privilégio. Realmente um privilégio: ser pioneiro. Dureza que gera espírito. Um prêmio moral” – frase célebre de Bulcão.
No ano de 1963, a convite de Darcy Ribeiro, o artista passou a lecionar no Instituto de Artes da Universidade de Brasília, onde trabalhou até se aposentar, no anos 1990 (com o interstício pelo qual muitos professores da UnB passaram durante o regime militar). Em 1984, Athos participou ativamente dos movimentos civis pela volta das liberdades democráticas no país, por meio de assinatura de manifestos, doações de obras para leilões e declarações públicas.
Athos recebeu diversos prêmios e condecorações. Foi júri de importantes mostras, fez exposições individuais, desenhou capas e fez ilustrações para revistas, catálogos e livros, concebeu figurinos e trabalhou com fotomontagens.
Hoje, o estudo da obra de Athos é conteúdo obrigatório na disciplina de Artes do Ensino Fundamental. Antes de falecer, Bulcão doou um acervo de obras de sua autoria e de seu arquivo à Fundação Athos Bulcão, cujo papel é desenvolver projetos que contribuam com a formação de jovens e adultos e tornar a arte mais acessível a toda a população.