Henrique Gougon (MG) é um dos mais ativos e criativos artistas do DF. Durante muitos anos, o artista fez mosaicos incluindo painéis com personalidades de Brasília: Juscelino Kubitschek, Paulo Freire, Lúcio Costa, Honestino Guimarães, Darcy Ribeiro, Athos Bulcão, Ary Pára-Raios, Burle Marx, entre outros. Hoje, está envolvido com trabalhos em esculturas de metal.
Membro do Loucos de Pedra – grupo de agitação cultural da cidade que conta com os poetas Nicolas Behr e Luis Turiba -, Henrique tem seus trabalhos espalhados pela cidade, acessíveis ao público. “Tudo pode ser recuperado com poesia”, explica o artista, referindo-se às calçadas da 509 e da 510 Sul, restauradas por ele e pelos integrantes do Loucos de Pedra. “Estou fazendo o que o governo deveria fazer (…) pensei: se pode botar papel de propaganda, por que não colocar poesia? A população gostou”, conta.
Infelizmente, o projeto Brasília Limpa derrubou uma série de painéis de mosaicos de sua autoria. Após o episódio, o Loucos de Pedra – junto ao coletivo Ciranda do Mosaico – fez dois prismas com versos das poetas Angélica Torres Lima e Vera Americano nas paredes externas da Biblioteca Demonstrativa, na 505/506 Sul. Os painéis são feitos de metal, massa plástica, mármore, granito, azulejo e outros tipos de material. Atualmente, o Ministério da Cultura retirou os mosaicos para restaurar a parte externa da Biblioteca, e diz que vai devolvê-los quando a obra estiver pronta. A população certamente cobrará o respiro oferecido por aquelas poesias em meio ao caos do dia-a-dia.
Henrique Gougon defende a humanização de todo o Plano Piloto, por meio de intervenções urbanas de criadores locais. “Eles não me jogaram no chão? Então ali vou continuar no chão, num espaço de visibilidade e corrigindo os buracos”, provoca. Para ele, ações como essa humanizam e conferem identidade à W3.