Juvenal Eustáquio Pereira (Romaria, MG, 1946) é fotojornalista autodidata. Seu pai era músico e sapateiro, e sua mãe, professora. Sobre as influências da infância e a convivência com dezesseis irmãos, comenta: “acho que nasci com o socialismo dentro de casa, um socialismo prático, tendo que dividir o pão, o arroz, o feijão, a galinha, os trabalhos, as funções, as atividades… Tudo era dividido, porque tínhamos que somar para poder conviver”. Ele conta que sempre foi criativo, pois inventava experiências e brincadeiras em casa.
Antes de se definir fotógrafo, Juvenal trabalhou em diversas áreas. “Sou muito inquieto. Logo descubro que quero ir além”, conta. O artista começou a fotografar em 1970, em Belo Horizonte, para a revista O Cruzeiro, e depois, entre 1971 e 1974, em Salvador, para a mesma revista. Em 1975, já em Brasília, fundou a escola Três por Quatro de Fotografia e Cinema e, nos três anos seguintes, coordenou o projeto Conversas Sobre Fotografia, realizado na Aliança Francesa. Ainda no DF, criou a União de Fotógrafos de Brasília. Juvenal considera Brasília uma cidade pulsante, que o empolgou pelos movimentos de anistia e retomada da democracia.
Em São Paulo, fundou, em 1991, o Núcleo dos Amigos da Fotografia – NaFoto – e organizou o Mês Internacional da Fotografia. Para ele, a fotografia passou a ter mais importância, tornou-se mais representativa, o que deu valor e dignidade ao acervo fotográfico.
Como jornalista, Juvenal trabalhou para o Correio Brasiliense e para o Jornal de Brasília, além de ter colaborado para as revistas Veja e Isto É. Entre 1988 e 1989, trabalhou para a Folha de S. Paulo. “O jornalismo me deu muita informação. Aprendi, fiz política, arte, antropologia… Tudo isso no jornalismo. Entrevistei pessoas, de presidente da República a favelado”, conta, ao defender que o diploma na área não faz falta.