Mila Petrillo é uma fotógrafa carioca, filha de mãe comunista e pai cineasta, que registrou, durante as décadas de 1980 e 1990, imagens dos principais personagens, peças, shows e espetáculos de Brasília, quando trabalhou no Correio Braziliense, em uma época de grande efervescência cultural na cidade.
Focada em projetos de arte-educação, encontra ali seus principais temas e personagens. Em 2007, lançou o livro Arte de transformação, editado por Bené Fonteles, sobre 50 organizações não governamentais que desenvolvem experiências inovadoras de arte-educação em vários pontos do país, retirando crianças e adolescentes do universo da violência. Mila procura extrair o que há de melhor e de mais belo em cada criança ou adolescente, o que, para ela, deveria ser a essência da educação.
A fotógrafa possui uma sensibilidade delicada, amorosa e terna. Suas fotos sempre evidenciaram o aspecto mais favorável e admirável de alguém ou de alguma situação. Ela contabiliza em seu acervo mais de 400 mil negativos e assume que deve ter perdido material ao longo de seus 40 anos de carreira. Há cinco anos, começou a utilizar câmeras digitais, que havia rejeitado por conta de resultados não tão densos e profundos. Mas, hoje, aceitou a tecnologia. “Estou fotografando feito louca. Sempre tive a mão pesada”. Parte de seu acervo já foi doada ao museu Cine Memória, fundado pelo cineasta Vladimir Carvalho.
Alegre, generosa e otimista, a artista cria fotografias multimídia, pegando emprestados elementos de outras linguagens artísticas. Até hoje, Mila é referência em fotografia de espetáculos de dança e teatro e trabalha para as maiores escolas e grupos de dança do país. Atualmente, Mila reside em Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros, e vem a Brasília para realizar trabalhos pontuais.