Rogério Duarte Guimarães (Ubaíra, Bahia, 1939 – Brasília, DF, 2016) foi um designer, ilustrador, músico, escritor, tradutor e professor. É considerado um dos criadores da Tropicália, pois trabalhou junto aos grandes nomes da música brasileira do período.
Nos anos 1960, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde aprendeu muito sobre poesia concreta e semiótica, e trabalhou como diretor de arte da UNE e da Editora Vozes. Atuou, também, na revista Movimento, uma das primeiras publicações de design gráfico moderno no Brasil. Foi autor de vários cartazes para filmes de seu amigo Glauber Rocha, inclusive Deus e o diabo na terra do sol, hoje símbolo do cinema nacional. Entre 1965 e 1967, lecionou Design Gráfico no MAM/RJ. Ainda em 1965, publicou o texto Notas sobre o Desenho Industrial, documento importante para a produção escrita sobre design no Brasil.
Rogério foi um dos primeiros cidadãos a ser preso e a denunciar publicamente a tortura no regime militar. O artista foi, então, exilado, passou por um momento espiritual, onde estudou sânscrito e iniciou a tradução do Bhagavad Gita. Nas décadas de 1970 e 1980, ligado a movimentos da contracultura, compôs músicas de rock e participou de diversas publicações.
Retornou à Bahia em 1987 para lecionar na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sozinho em Salvador, acabou se distanciando dos trabalhos com arte e passando a priorizar a prática do Hare Krishna. Em 2003, publicou o livro Tropicaos, em que fala sobre o movimento tropicalista, prisão e tortura.
A arte de Rogério Duarte não pode ser categorizada ou classificada em apenas um movimento, pois é extremamente polifônica e se manifesta em diversos campos. Com muito conhecimento técnico, o artista revolucionou perspectivas ultrapassadas, com bastante influência do modernismo e da arte pop.