Artista multimeios, músico experimental, maestro e pesquisador, Guilherme Vaz (Araguari, MG, 1948) foi um dos pioneiros da arte conceitual e sonora do início da música concreta no cinema brasileiro. Compôs trilha sonora para mais de 60 filmes e se envolveu com música harmônica, concreta, experimental, jazz, aliando-as a pesquisa sobre música popular e sobre notação musical (partituras convencionais, balizamentos gráficos, notações para o cinema e partituras como performance). Também se especializou academicamente em “música corporal”, que trata de imagem em movimento.
Vaz se uniu à emergente arte conceitual carioca de 1960, em atividades do Museu de Arte Moderna e outras mostras. Em obras expostas, mostrou experiências de quando desenvolveu trabalhos de antropologia, artes visuais e música pré-histórica com povos indígenas sul-americanos.
Para exemplificar seu trabalho, o músico destaca quando comprou uma caixa de bolas de ping-pong para jogá-las no chão, e deixá-las cair de uma escada alta sobre os microfones, a fim de gravar o som pipocante sobre o solo. “Brasília foi essencial para compreensão de linguagens experimentais, os transacasalamentos das linguagens. Esse foi o perfil que eu levei para o Rio em 1968, na minha primeira produção de música para cinema”, conta.